Há muito tem se discutido a efetiva participação dos deficientes físicos na sociedade, e até que ponto eles podem participar do mercado de trabalho de forma ativa.
Em um primeiro momento, a inclusão dos deficientes físicos no mercado de trabalho, tratava-se de uma questão de inclusão social, sendo que através de programas específicos, as empresas recebiam benefícios para contratar deficientes físicos.
Entretanto, a questão é muito anterior e passa inclusive por uma análise de Direito do Trabalho. Se muitas vezes a empresa reintegra funcionários em funções diversas das que foram contratados pela existência de limitações físicas, porque não contratar novos funcionários que possuam limitações físicas?
Parte das
contratações é garantida pela lei federal 8.213/91,
artigo 93, que obriga as
empresas com 100 ou mais
funcionários a preencher de 2% a 5% de seus cargos com
beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência
habilitadas. O objetivo
da lei é combater o processo
histórico de exclusão.
“Muitas pessoas deixam de
procurar emprego nas
empresas para não correr o risco de perder seus benefícios
do INSS, garantidos por lei. Pois se uma pessoa com
deficiência é contratada,
ela para de receber o benefício.
Caso seja demitida, ela terá que provar a sua
necessidade
para voltar a receber”.
Esse medo é natural. Porque o custo de vida de uma pessoa com deficiência é 40% mais alto que o de
uma pessoa sem deficiência aparente.
Então o risco de ir para o mercado de trabalho, ser
demitido e ficar sem nenhum tipo de assistência assustava
as pessoas.
A lei foi alterada e decreto
prevê que os deficientes voltem a
ter o direito do benefício, em caso de
desemprego.
Para incentivar e qualificar este
público, ONGs e outras
instituições investem em cursos de capacitação e ajudam
na
inserção dos deficientes nas empresas.
“Quando você trabalha com a
pessoa dentro do ambiente,
ela já vai se adaptando em um processo normal. Ela
não
vai ter o choque de entrar, principalmente aqueles que são
as primeiras
oportunidades. Quem ganha com isso são as
pessoas com deficiência”
Os maiores obstáculos que os
deficientes enfrentam, estão
o preconceito por parte dos colegas de trabalho, a
necessária adaptação de ambientes de trabalho, como
rampas e alargamento de
portas, e a dificuldade de
comunicação com pessoas cegas e surdas.
Pesquisa realizada após uma avaliação das
ações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) revelou que, apesar de
falhas no cumprimento da lei, houve um aumento no número de pessoas portadoras
de deficiência no mercado de trabalho de todo o país. Nos três primeiros meses
de 2011, 7508 pessoas com algum tipo de deficiência física passaram a ser
incluídas na lista de trabalhadores formais, representando um aumento de 40,7%
em relação ao primeiro trimestre de 2010.
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