quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O ALPINISTA






Esta é a história de um alpinista que sempre buscava superar mais e mais desafios. Ele resolveu depois de muitos anos de preparação escalar o Aconcágua. Mas ele queria a glória somente para ele, e resolveu escalar sozinho sem nenhum companheiro, o que seria natural no caso de uma escalada dessa dificuldade.
Começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde, e por que não havia se preparado para acampar, resolveu seguir a escalada decidido a atingir o topo. Escureceu, e a noite caiu como um breu nas alturas da montanha, e não era possível mais enxergar um palmo à frente do nariz, não se via absolutamente nada! Tudo era escuridão. Zero de visibilidade. Não havia Lua e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens.
Subindo por uma "parede" a apenas 100 m. do topo ele escorregou e caiu ... Caia a uma velocidade vertiginosa. Somente conseguia ver as manchas que passavam cada vez mais rápidas na mesma escuridão, e sentia a terrível sensação de ser sugado pela força da gravidade. Ele continuava caindo... E nesses angustiantes momentos passaram por sua mente todos os momentos felizes e tristes que já havia vivido em sua vida. De repente ele sentiu um puxão forte, que quase o partiu pela metade. Shack!...Como todo alpinista experimentado, havia cravado estacas de segurança com grampos a uma corda comprida que fixou em sua cintura. Nesses momentos de silêncio suspendido pelos ares na completa escuridão, não havia nada a fazer a não ser gritar:
- Ó meu Deus me ajude!
De repente uma voz grave e profunda vinda dos céus responderam:
- O que você quer de mim meu filho?
- Me salve meu Deus, por favor?
- Você realmente acredita que eu possa te salvar?
- Eu tenho certeza meu Deus!
- Então, corte a corda que te mantém pendurado... Ouve um momento de silêncio e reflexão. O homem se agarrou mais ainda a corda e refletiu que se fizesse isso morreria...

Conta o pessoal de resgate que ao realizar as buscas encontrou um alpinista congelado, morto, agarrado com força com suas duas mãos a uma corda... O somente meio metro do chão...

"Por vezes nos agarramos as nossas velhas cordas que nos mantém seguros, porém ter fé é arriscar-se a perder total controle sobre a própria vida confiando-a ao Pai. Que possamos todos entregar-nos e viver plenamente na confiança de que existe Aquele que está sempre ao nosso lado a nos suportar, mesmo que nossa corda arrebente.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

CATAPORA



Catapora (ou varicela) é uma doença infecciosa causada pelo vírus Varicela-Zoster. Altamente contagiosa, mas geralmente benigna, era uma das enfermidades mais comuns da infância antes do advento da vacina.
Uma vez adquirido o vírus, a pessoa fica imune por toda a vida. No entanto, ele permanecerá no organismo e, futuramente, poderá provocar uma doença conhecida como herpes-zoster, ou cobreiro.
Sintomas da Catapora
Os primeiros sintomas são febre entre 37,5° e 39,5°, mal-estar, inapetência, dor de cabeça, cansaço. Entre 24 e 48 horas mais tarde, surgem lesões de pele caracterizadas por manchas avermelhadas, que dão lugar a pequenas bolhas ou vesículas cheias de líquido, sobre as quais, posteriormente, se formarão crostas que provocam muita coceira.
Contágio
A transmissão do vírus da catapora ocorre por contato direto através da saliva ou secreções respiratórias da pessoa infectada ou por contato com o líquido do interior das vesículas.
O período de incubação dura em média 15 dias e a recuperação completa ocorre de sete a dez dias depois do aparecimento dos sintomas.
Tratamento
O tratamento visa basicamente a aliviar os sintomas. Como outras doenças transmitidas por vírus, não há muito o que fazer. O importante é evitar a contaminação das lesões por bactérias, o que complica o quadro.
Não coçar as feridas diminui o risco de infecções e a formação de cicatrizes.
Adultos ou pessoas debilitadas, que se contaminem com o vírus da catapora, requerem cuidados especiais.
Vacinação contra Catapora
É recomendada para crianças a partir de um ano, a adolescentes e adultos com baixa imunidade ou que passarão por tratamentos de quimioterapia e radioterapia.
Recomendações
* Vacine seu filho/a contra a catapora no primeiro ano de vida. Embora geralmente seja uma doença benigna, os sintomas são muito desagradáveis;
* Procure evitar contato direto com pessoas doentes;
* Não deixe a criança coçar as lesões para evitar infecções por bactérias. Não é tarefa fácil, porque a coceira é intensa;
* Não arranque as crostas que se formam quando as vesículas regridem;
* Mantenha o paciente em repouso enquanto tiver febre;
* Ofereça-lhe alimentos leves e muito líquido.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DIA NACIONAL DE LUTA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


SINDROME DE LEIGH

 
A síndrome de Leigh também é conhecida como encefalomielopatia necrosante subaguda, encefalopatia necrosante de Leigh e encefalomielopatia necrosante de Leigh. É uma doença rara, que foi descrita por Denis Leigh em 1951.
Trata-se de uma enfermidade neurometabólica congênita, que faz parte do grupo das encefalopatias mitocondriais.
Sabe-se que a alteração ocorre no metabolismo energético, sendo a principal causa de defeito na fosforilação oxidativa e geração de ATP celular. Existem três tipos de transmissão genética associada a esta síndrome: herança recessiva ligada ao X, mitocondrial e autossômica recessiva.
A idade de início desta doença é variada e ocorre em geral nos primeiros dois anos de vida, podendo ocorrer manifestações no adulto jovem. A evolução em geral é insidiosa e progressiva. O início dos sinais e sintomas ocorre de forma subaguda ou abrupta, podendo em alguns casos ser precipitado por episódios febris e por procedimentos cirúrgicos.

O quadro clínico caracteriza-se da seguinte forma:

Crianças menores de um ano de idade:
-Perda do controle da cabeça
-Hipotonia
-Deficiência de sugar
-Anorexia
-Vômitos
-Irritabilidade
-Convulsões.
Após o primeiro ano de vida:
-Ocorre dificuldade na marcha
-Ataxia
- Disartria
-Regressão intelectual,
-Distúrbios da respiração (risco de hiperventilação ou apnéia)
-Alterações oftalmológicas como: oftalmoplegia, nistagmo, atrofia óptica e estrabismo

A duração da doença nos casos infantis é, em média, de um ano e nos casos tardios ou juvenis pode prolongar-se por anos.
As alterações histopatológicas consistem em focos bilaterais simétricos de necrose espongiforme com degeneração de mielina, proliferação vascular e gliose. A localização dá-se nos núcleos da base, tálamo, tronco cerebral e medula espinhal. Exames laboratoriais que contenham os seguintes parâmetros: hiperproteinorraquia, níveis elevados de lactato e piruvato no sangue, razão lactato/piruvato no sangue e líquor elevada e a hiperlactacidemia provocada por sobrecarga glicídica, são sugestivos desta síndrome. Ainda não há tratamento específico para esta patologia.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A aranha

 
 
 
 
Uma vez um homem estava sendo perseguido por vários malfeitores que queriam matá-lo. O homem, correndo, virou em um atalho que saía da estrada e entrava pelo meio do mato e, no desespero, elevou uma oração a Deus da seguinte maneira:
- "Deus Todo Poderoso fazei com que dois anjos venham do céu e tapem a entrada da trilha para que os bandidos não me matem!!!"

Nesse momento escutou que os homens se aproximavam da trilha onde ele se escondia e viu que na entrada da trilha apareceu uma minúscula aranha. A aranha começou a tecer uma teia na entrada da trilha. O homem se pôs a fazer outra oração cada vez mais angustiado:
- "Senhor, eu vos pedi anjos, não uma aranha."
- "Senhor, por favor, com tua mão poderosa coloca um muro forte na entrada desta trilha, para que os homens não possam entrar e me matar..."

Abriu os olhos esperando ver um muro tapando a entrada e viu apenas a aranha tecendo a teia. Estavam os malfeitores entrando na trilha, na qual ele se encontrava esperando apenas a morte. Quando passaram em frente da trilha o homem escutou:
- "Vamos, entremos nesta trilha!"
- "Não, não está vendo que tem até teia de aranha!? Nada entrou por aqui. Continuemos procurando nas próximas trilhas..."

Fé é crer no que não se vê, é perseverar diante do impossível. Às vezes pedimos muros para estarmos seguros, mas Deus pede que tenhamos confiança n'Ele para deixar que sua glória se manifeste e faça algo como uma teia, que nos dá a mesma proteção de uma muralha.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Número de doadores de medula caiu quase pela metade no 1º semestre

CADASTRO DE DOADORES  NO BRASIL CAIU DE 46% NO PERIODO DE JANEIRO E JUNHO.


Existem três tipos de doação de medula: o de coleta de medula direto do osso da bacia, transplante de sangue periférico e o de utilização de cordão umbilical. A equipe médica é que define qual o melhor jeito de realizar a doação. O método mais comum é o de coleta da medula direto do osso. Neste procedimento fica garantida a quantidade suficiente de medula para realização do transplante. Este procedimento é feito em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.
 
Como se tornar um doador de Medula Óssea – Atualmente o Brasil possui o terceiro maior banco de doadores de medula do mundo. Para se tornar um doador de medula óssea basta ter entre 18 e 55 anos e estar em bom estado de saúde. É possível se cadastrar nos HEMOCENTROS de todo o país.
 
 
Os doadores preenchem um cadastro e agora retiram uma pequena amostra de sangue. É uma coleta comum. O material depois será analisado e o resultado vai fazer parte do registro nacional de doadores de medula óssea. Quando surgir um paciente compatível, o doador é chamado pra fazer a doação.
 
Quem precisa de um transplante de medula luta contra o tempo e contra as estatísticas. No Brasil, o cadastro de doadores conta com mais de 2 milhões de pessoas e o número de doadores caiu quase pela metade no primeiro semestre desse ano.


FONTE: JORNAL HOJE

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Família de patinhos atravessando a rua.




Passou na Tv, ontem uma familia de patinhos atravessando uma avenida. Uma visão surpreendente, por sorte os patinhos conseguiram alcançar o outro lado da avenida, que estava movimentada por carros e caminhões. Objetivo do Blog postar esse video: Por mais dificil que se encontre sua vida, nunca desisita de seus sonhos. Os obstáculos são muitos e podem até te assustar, mas mesmo assim persista, não desista jamais.
Claro para atravessar uma avenida movimentada sempre na faixa de pedestre ou em uma passarela, ok. kkk

terça-feira, 4 de setembro de 2012

GERSON BRENNER



Quem não se recorda do ator Gerson Brenner, consegui dentro da emissora Globo de Tv, muitos papéis nas novelas na década de 90 e estava no seu auge físico e profissional. Em 17 de agosto de 1998 o ator Gerson Brenner, hoje com 44 anos, então muito popular, foi baleado na cabeça, durante um assalto em uma rodovia. Em consequência dessa violência ele perdeu parcialmente os movimentos e passou a ter dificuldade na fala e na compreensão. Sua vida profissional acabou.
 
 
Gerson faz tratamento de fisioterapia desde agosto de 2001, o tiro que ele levou afetou sua fala e  anda de andador. Luta contra uma hemiplegia, ausência de movimentos em um lado do corpo.  Ele frequenta a FUNDAÇÃO SELMA para sessões de hidroterapia e equoterapia, acompanhado de seu pai Arnaldo, que dedica seu tempo ao filho. Houve inumeros problemas pessoais que a família deseja que fique no passado. O importante agora é ser feliz e seguir em frente. Boa sorte Gerson, você é um Guerreiro.
 
 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

EPIDERMÓLISE BOLHOSA


 
Segundo o dermatologista, membro do Departamento de Doenças Bolhosas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Gunter Hans Filho, a EB é originada por um defeito no gene responsável por produzir a proteína (colágeno) que cola a pele ao corpo. “A alteração genética se dá na falta da produção do colágeno que liga as camadas da pele. Sem essa proteína, essas camadas se separam facilmente sob qualquer pressão”, explica Hans. A EB é ainda pouco conhecida, atinge crianças, adolescentes e adultos, e aparece já nos primeiros dias do bebê, acompanhando o paciente por toda a vida.

A doença tem três tipos: simples, distrófica e juncional. Na forma simples, embora as bolhas sejam extremamente dolorosas, a cicatrização não deixa grandes danos permanentes e as crianças têm a tendência de melhorar com a idade. Na distrófica, a formação de bolhas é espalhada, constante e deixa cicatrizes, podendo resultar em alteração permanente da pele. É comum, por exemplo, a junção de dedos e a contração das mãos e dos pés reduzindo a movimentação dessas pessoas. Ela também pode comprometer as mucosas da boca, do esôfago, trato intestinal e do ânus.

A EB juncional é o tipo mais grave, pois atinge também o esôfago, o estômago, o duodeno e o intestino, fazendo com que o paciente tenha lesões internas e não consiga deglutir ou digerir os alimentos. Geralmente as crianças portadoras da EB juncional morrem em seus primeiros anos de vida. “A EB não tem cura. O tratamento visa amenizar os sintomas e ajudar os portadores a viverem da melhor forma possível.


Mãe acusa escolas em Campinas de rejeitar filha com doença de pele rara

Mãe acusa escolas em Campinas de rejeitar filha com doença de pele rara (Foto: Arquivo Pessoal / Suzana Matsumoto)
Suzana exibe desenho da filha e laudo médico
(Foto: Arquivo Pessoal / Suzana Matsumoto)


Um tom de desânimo marca a fala da dona de casa Suzana Matsumoto quando o assunto é a busca por um colégio particular em Campinas (SP) que aceite matricular a filha Letícia. A criança de 7 anos tem epidermólise bolhosa, uma doença de pele rara que não tem cura, mas que não é contagiosa. O caso foi denunciado pelo jornal Folha de S. Paulo. "Eu ensinei ela a escrever o próprio nome. Agora temos de pagar cerca de R$ 600 mensais para uma professora particular, o que prejudica nosso orçamento", explica a mãe.
Na tentativa de garantir o aprendizado de Letícia, a dona de casa alega que foi rejeitada por quatro colégios particulares da cidade: Asther, Contemporânea, Lyon e Renovatus. Um laudo médico confirma que a criança pode realizar atividades normais na escola.
Com receio de expôr a filha, a dona de casa mostra um desenho feito por Letícia e conta que a procura começou há dois anos. No período, desistiu algumas vezes após outras recusas. "A diferença da Letícia para outras crianças é que ela pode se machucar mais, requer alguns cuidados na hora das brincadeiras. Não deram sequer a oportunidade dela ir aos colégios", ressalta Suzana.

A mãe de criança explica ainda que não procurou por instituições públicas, pois quer oferecer a mesma oportunidade que o filho, de 8 anos, recebe ao estudar em um colégio privado. "A escola dele não oferece um espaço físico adequado, por isso não a procurei", explica Suzana. Além de um antialérgico, Letícia também usa um antiinflamatório para atenuar eventuais dores pelo corpo.

saiba mais
 
A doença
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a epidermólise bolhosa é uma doença genética que atinge crianças, jovens e adultos. Ela é caracterizada pela fragilidade da pele e mucosa, sobretudo em áreas de maior atrito, que podem ter formações de bolhas ou feridas em caso de traumas (batidas), além de prejudicar a realização de movimentos.

A demartologista da PUC-Campinas Caroline Romanelli explica que a doença não é contagiosa, mas aponta a necessidade dos pacientes em prevenir acidentes e receberem cuidados multidisciplinares. "A criança precisa aprender a não se machucar, mas o desenvolvimento é normal. Por isso, é importante enfatizar a importância da inclusão social", explica. A assessoria da SDB não soube dizer qual a incidência da doença no país.
Luta por direitos
A advogada da família, Claudia Hakim, espera que os responsáveis pelos colégios de Campinas mostrem sensibilidade com a repercussão do caso. Se o impasse permanecer, ela explica que vai entrar com ação na Justiça para garantir o direito de Letícia de estudar em uma das escolas procuradas por Suzana. "A ideia inicial é de que eles recebam as crianças nessa situação sem obrigação, embora o direito seja garantido pela Constituição Federal. Há casos em que tudo fica 'por isso mesmo'. O governo também deve estar atento à preparação das escolas públicas", ressalta a defensora.

Outro lado
O G1 entrou em contato com os quatro colégios citados por Suzana. A coordenadora do Asther, Valéria Dellafina Barone, explica que o colégio não aceitou a matrícula de Letícia pois a instituição tem condições de atender somente um aluno de inclusão por sala. "Temos que ser honestos com os pais e fazer um trabalho de qualidade. Infelizmente as vagas estão ocupadas", explica a coordenadora.

A diretora pedagógica do Colégio Lyon, Gabriela Velasco, diz que a instituição foi procurada pela mãe de Letícia neste mês. Ela diz que a escola espera pela apresentação de laudos médicos para saber se é possível oferecer um atendimento adequado à criança.

Em nota, a direção do Renovatus alega que atende casos de inclusão e recebeu Suzana no ano passado. O colégio informa que procurou a mãe da criança para saber se ela teria interesse na matrícula e houve recusa. "O argumento de Suzana era de que já havia encontrado uma outra unidade de ensino para matricular a filha", informa a nota.


fonte: G1

domingo, 2 de setembro de 2012

SESSÃO PIPOCA

FILME: ESSE E MEU GAROTO
 
 
 
TRAILLER
 
 'Este é o Meu Garoto' é centrado no conturbado relacionamento de pai e filho. Após quase se casar com a própria mãe, o pai decide se aposentar e ir morar na casa do filho, nas vésperas do casamento do jovem, e começa a encrencar com sua futura nora (Leighton Meester).
 

sábado, 1 de setembro de 2012

POLÊMICA

Comunhão de adolescente com autismo causa polêmica em Bom Princípio

Moradores se revoltaram com a decisão do padre local, que retirou o menino da fila para a primeira comunhão

 
 
 
Comunhão de adolescente com autismo causa polêmica em Bom Princípio Miro de Souza/Agencia RBS
Sete anos atrás, Silvani havia buscado informação com o então pároco da cidade, que afirmou que o filho poderia participar da primeira comunhão Foto: Miro de Souza / Agencia RBS
 
 
 
Uma polêmica está colocando em lados opostos a fé e a inclusão de um menino com deficiência em Bom Princípio, no Vale do Caí. A decisão do padre local de não dar a primeira eucaristia para um adolescente com autismo, no último domingo, revoltou os moradores, e tem causado controvérsia.

Cássio Maldaner, 13 anos, estava na fila para entrar na igreja e receber a primeira comunhão com outras 34 crianças. Nos bancos de madeira da Paróquia Nossa Senhora da Purificação, 90 convidados da família esperavam pelo momento sonhado pela mãe, a dona de casa Maria Silvani Maldaner, 41 anos. Minutos antes da cerimonia começar, o padre Pedro José Ritter pediu que Cássio fosse retirado da fila. Ele não participaria da celebração.

Sete anos atrás, Silvani havia buscado informação com o então pároco da cidade, que afirmou que o filho poderia participar da primeira comunhão. Depois esperar o melhor momento, há dois meses ela havia procurado o padre Ritter e explicado a situação. De acordo com religioso, a igreja estipula que, em casos como o de Cássio, não há necessidade de que o fiel passe pelo rito da eucaristia.

— Como a mãe queria muito, e nós não temos catequistas preparadas, pedi a ela que ensinasse ao menino o sentido da eucaristia. Se ele entendesse, ainda que do jeito dele, o que estava acontecendo, e se aceitasse a hóstia, ele poderia participar — afirma.

Mãe e filho treinaram durante um mês e voltaram à igreja para um ensaio. Na ocasião, Cássio se negou a receber a hóstia. Silvani continuou ensinando o menino, para que ele pudesse participar da celebração.

— Ficamos de fazer um novo teste, que não aconteceu. Na última sexta-feira ocorreu o ensaio, e eu esperava falar com o padre, mas ele não participou. Como não houve mais nenhuma manifestação, achei que estava tudo certo — conta a mãe.

O religioso, no entanto, afirma que em nenhum momento Cássio aceitou a hóstia. Sem que isso acontecesse, Ritter diz que a orientação à mãe é que se esperasse outro momento para que o adolescente participasse da eucaristia.

— Não houve nenhum tipo de preconceito. A minha decisão apenas foi por esperar por um outro momento, em que ele aceitasse e entendesse o que estava acontecendo — afirma o padre.
Comunidade se mobiliza
A imagem dos pais do adolescente chorando durante a missa comoveu a comunidade. A festa programada foi realizada, mas em clima de tristeza. Moradores de Bom Princípio estão se mobilizando nas redes sociais, contrários a atitude do padre.

Para a família, houve preconceito por parte do religioso. O pai, o agricultor Letus Maldaner, 56 anos, afirma que espera que o filho participe da eucaristia, mas com outro padre.

— Depois que ele tirou o Cássio da fila eu ainda pedi que ele ao menos desse uma bênção lá na frente, mas ele se negou. Essa é primeira vez que o meu filho foi discriminado, e isso aconteceu justamente na igreja — afirma Maldaner.
Situação será analisada por bispo
A eucaristia é o momento em que os católicos lembram o sacrifício de Jesus Cristo, que tem seu corpo representado pela hóstia. Segundo o bispo da diocese de Montenegro, Dom Paulo de Conto, é preciso que o fiel tenha entendimento do significado do rito.

— Ainda não tomei conhecimento do que aconteceu, mas o certo é que não houve uma negação da participação desse adolescente. O que aconteceu foi um pedido para que a comunhão acontecesse em outro momento. Não se pode colocar por força a hóstia na boca do menino — afirma o bispo.

De acordo com o religioso, casos como o de Cássio estão sendo analisados individualmente. Dom Paulo afirma que é necessário que o padre e os catequistas participem do processo de aprendizagem com a família.

— Vou buscar informações sobre o que aconteceu para poder analisar a caso — diz ele.


FONTE: ZERO HORA