DEPOIMENTO DE MINHA VIDA
Eu me chamo Érica sou mãe de Emanoel conhecido carinhosamente como MANU.
Tive como todas as mães com crianças com deficiência a fase do LUTO. Todas as mães idealizam ter seus filhos “normais”, o que é normal. A notícia de ter um filho portador de uma deficiência é algo que mexe com o emocional de qualqquer pessoa. A primeira reação natural é o desespero. Muitos sentimentos se manifestam, auto-piedade de si mesma, medo, insegurança...são diversos os sintomas. No começo para mim foi muito complicado. Não tenho vergonha de assumir. Amava meu filho mais não aceitava a condição em que me encontrava. Depois de passado o CHOQUE...hora detomar decisões. Segue em frente sua vida ou desiste no meio do caminho. A minha decisão foi segui em frente. Fui a LUTA.
Comecei a participar de um grupo de apoio de mães na Escola Especial APAE DE SINOP-MT. Lá pude ver que o sofrimento não era só meu, que havia inúmeras pessoas na mesma situação. Vi que minha vida não tinha acabado e sim começava uma nova fase no qual desconhecia e que sozinha não conseguiria vencer os inumeros obstáculos que a vida havia colocado em minha frente. Tive que replanejar minha vida, sinceramente... o novo assusta, mas o NOVO nós faz pessoas mais fortes, mais pessoas. O novo nos faz repensar nos valores como pessoa. Passamos a ver coisas que antes passava despercebido aos nossos olhos. Acredite ser mãe de um filho (a) deficiente não é o fim do mundo. Obvio que sua vida vai dar aquela revira-volta inesperada, mais necessária. Um simples gesto que seu filho faça é motivo de comemoração. Tiro por mim, Manu foi dar o primeiro sorriso verdadeiro, não involuntário aos 2 anos de idade, meus olhos se encheram de lágrimas ao ver que meu filho sorriu para mim. Nossa. Naquela hora me senti ganhando na mega sena acumulada, sim esse é o sentimento de alguém que espera uma reação de uma criança que antes vivia seu mundinho próprio.
Ele tinha acabado de despertar de um sono profundo. Hoje EMANOEL freqüenta a ESCOLA MUNICIPAL, participa de um PROJETO DE INCLUSÃO SOCIAL em minha cidade. Estou muito satisfeita, com o suporte que a escola oferece. Apresenta significantes avanços de comunicação. Que considero como vitórias. Emanoel ainda não fala emite sons e palavras soltas. Mas nós da família que convivemos diariamente com ele observamos muita melhora. Dizemos que a evolução de pessoas com Paralisia Cerebral é lenta, mas significativas. Como dizem...devagar chegamos lá....um dia após o outro. Para finalizar esse depoimento quero agradecer aos meus familiares que abraçaram essa causa junto comigo, técnicos...médicos, fisioteraupeutas, fonoaudiólogas...terapeutas ocupacionais....professores que passaram e os que estão ao nosso lado dando força, ajudando. Até aquelas que cruzam nosso caminho com um gesto de carinho, palavra amiga, pessoas de DEUS mesmo. Como li em um blog....me marco muito... “Os pequenos detalhes do dia a dia que fazem a diferença para a nossa felicidade! Não adianta procurar que você não vai encontrar. Basta perceber! Acordar para o mundo! E nem é preciso ter um filho com limitações para isso. É só olhar para si mesmo.Obrigada você leitor...que tirou seu tempo para conhecer um pouquinho de minha vida. Fique com DEUS e que ele te abençoe sempre.
Carinhosamente Érica e Emanoel.