“Você, Analuz,
nasceu em um parto normal, que poderia chamar de tranqüilo. Quando você estava
com um ano e meio, mamando no meu seio ainda, nossa casa ficou pronta. Fiz
loucuras. Carreguei caixas, lavei chão. Não sentia nada. Depois de um tempo,
vieram os enjôos, a falta de apetite. Quando fui ver, estava grávida do seu
irmão, Jamal.
Você, meu filho,
nasceu em uma cesárea aflita. O cordão umbilical se enrolou no seu pescoço – e
depois, para a nossa preocupação, na sua cintura. Passado o susto, estava tudo
bem. Mas comecei a achar que havia algo estranho na amamentação. Você tinha
dificuldade de sugar o leite. Me sentia péssima. Eu não desisti e lhe dei meu
leite com colherzinha até os seis meses. Você se submeteu a um encefalograma e
os médicos constataram a síndrome de West (uma doença que deteriora os
neurônios e causa atraso no desenvolvimento psicomotor), quando tinha cinco
meses. Até os dois anos, eu e seu pai Júlio César precisamos levá-lo ao
hospital várias vezes. A síndrome deixa seqüelas respiratórias e qualquer
resfriado podia se converter em uma bronquiolite. Eu sofria, mas não me
revoltei. Sempre mantive a fé de que você ia vencer. E venceu. Em agosto, um
novo encefalograma revelou que você venceu a síndrome de West. Mas só teremos
certeza da vitória plena quanto você atingir sete anos, idade considerada
crucial para o crescimento da criança. Jamais deixo de estar vigilante. Nossa
rotina semanal inclui quatro sessões de fisioterapia, duas de fonoaudiologia,
uma aula de equoterapia (com cavalos), e logo você fará psicoterapia e terapia
ocupacional.
Filho, você me
ensinou muito sobre superação. Crianças especiais são como borboletas. Têm o
tempo certo de florescer, pôr as asas e sair do casulo. Gostaria que todas as
mães do mundo vibrassem a cada movimento dos filhos. Uma das conquistas que
mais me emocionaram foi o seu sorriso. Você tinha um ano de idade quando o vi
abrir um enorme pela primeira vez. Estava ajoelhada na sala contando uma
história para sua avó, que o ninava. De repente, eu me joguei no chão.
Perplexa, notei que você estava gargalhando. Ajoelhei, me atirei de novo e você
voltou a soltar um sorrisão. Eu ria e chorava. Vê-lo feliz me fez sentir muito
poderosa. E tenho me sentido cada vez mais assim, com munição e fé para lutar
ao lado de vocês."
A Força do Bem nasce da cumplicidade solidária da atriz Isabel
Fillardis para com todas as mães que, como ela, vivem a dura realidade de
cuidar de um filho especial. Seu filho, Jamal, nasceu com uma síndrome rara que
transformou completamente a vida da atriz. A consciência de ter sido
privilegiada por ter condições e não medir esforços para a cura de Jamal
despertou em Isabel o desejo de ajudar as mães que não têm as condições necessárias
mínimas para cuidar de seus filhos.
A ONG tem como
objetivo realizar o primeiro senso de mapeamento quantitativo das pessoas com
deficiência no Brasil, bem como a classificação por tipo de deficiência,
gênero, faixa etária e região, identificando ainda o atendimento recebido se
houver, visando auxiliar aquelas que não estejam sendo assistidas.
Olá boa noite, sou fã da Isabel por entender seu esforço e trabalho e compartilhar cada conquista de uma criancas especial. Sou Mae da Valentina ,uma Crianca com paralisia cerebral proveniente de umanma formação cerebral ( holoprosencefalia).
ResponderExcluirAcredito estar batalhando e fazendo tudo que posso pela minha filha, hoje ela tem 2 anos, desde os 6 meses, tento uma consulta om a Dra Lúcia Braga mas nunca consegui , conheço o trabalho maravilhoso dela e muito surpresa esta semana vi na Fátima Bernardes quero Jamal consulta com ela. Parece um milagre, gostaria de pedir encarecidamente que se pudessem me ajudar de alguma maneira a conseguir uma consulta com ela, quero que minha filha tenha uma chance dever examinada por ela , para que eu tenha o melhor direcionamento para o seu tratamento. POR FAVOR me ajudem de alguma maneira.
oi...boa tarde querida Paula Marques...também sou mãe de um garoto com paralisia cerebral...diagnostico desconhecido...fico muito contente por você também estar na luta para melhorar a qualidade de vida de sua filha..vou procurar saber como conseguir de maneira mais fácil essa consulta que tanto almeja...me passe seu email...para mantermos contato...abços...bjus p Valentina
ExcluirOi , sou professora da Educação Infantil e este ano recebi o aluno Gabriel diagnosticado com a Síndrome de West, gostaria de saber mais como posso contribuir para o seu desenvolvimento. Gabriel é uma lição de vida ,com 2 anos ,ele tem um olhar distante,as vezes sorrir,ensaia uns passinhos, quando fica feliz percebo que movimenta as pernas, quando ouve músicas bate palminhas...Quero muito poder ver o seu avanço.O que posso fazer?
ResponderExcluirAbraços Francine